segunda-feira, 2 de março de 2009

O SUADO DO NARIZ DE JORGE

Os narizes sempre suaram. Embora ninguém nunca tenha querido saber o porquê de seu suar. Mas, de que vale o suado de um nariz? E por que quereria um nariz suar? Como soa o suado, de um nariz? E que gosto tem?!

Jorge, o contador, acabara de perder o comodismo remediado pelo condicionado ar de seu escritório e junto com ele seu atual emprego. Ganhava seis mil por mês e assistia ao Brasil Urgente, descontente que era das utopias. Jorge era um ‘belo feio’ caráter. Nunca antes tinha pisado na rua sem seu Chevrolet Luxo. E eis que de repente, não mais que subitamente, vem a crise.

E leva embora, tudo o que outrora o fazia rir. Jorge agora era um triste ‘belo feio’ caráter. E ao Datena não mais assistia. Então decidiu sair às ruas, não mais com seu pomposo e confortável automóvel, em função dos efeitos que a crise provocara no mercado petrolífero, mas sim munido do caderno de classificados da última edição da Folha, a qual não mais receberia por falta de pagamento.

Jorge, aquele mesmo que sempre tinha disponíveis em seu refrigerador Brastemp Duplex uma farta quantidade de alimentos e bebidas de diversas qualidades, descobre agora, ao chegar em casa depois de exaustiva procura por novo emprego, que tem só e apenas pão murcho e alguma água gelada.

Lamuriante que estava com a sua enfadonha situação financeira e mais enfaticamente, alimentícia, resolve se banhar e, descobrindo que não mais poderia encher sua banheira e se deliciar com longos e espumosos banhos com óleos terapêuticos e outras iguarias, em função da conta da Sabesp não paga, para em frente ao grande e ostentador espelho pendurado na sua direita parede e constata o fato:

O mesmo nariz que nunca suou por conta do ar condicionado de seu costumeiro escritório agora sente o salgado sabor de seu suado – de preocupação, e por andar várias horas seguidas sob os raios de sol a cada ano mais fortes, como resultado do aquecimento global. Aquecimento este também provocado pelo mesmo ar condicionado, aquele, que sempre esteve permanentemente ligado em seu escritório, refrigerando seus prolixos dias. Jorge agora sabia o valor da valia, de que mais vale um suado nariz esquentado do que mil ‘ares condicionados’.


Glauber Pereira
Paula Freitas
2º JOR


Um bom trabalho na aula de Língua Portuguesa.

3 comentários:

Andre Sem Acento disse...

Olha, o trabalho com a Paula rendeu mesmo! =]
Muito bom!

Dani Luengo disse...

ADOREEEEEEEEEI!
parabééns procês!

=**

Paula Freitas disse...

Eeeeee! Bonito, bonito! :D