quarta-feira, 7 de outubro de 2009

De olhos Fechados

O amor é sentir algo no peito como tecido aveludado, é respirar como se estivesse no meio de um campo de flores, é abraçar o corpo desejado e se esquecer do resto do mundo.
O amor é poder acordar triste, ganhar um bom dia e se perder com tanta ternura, nos fazendo bem outra vez. O amor é água quente que purifica a alma, e água fria que faz o corpo arrepiar.
O amor é bebida doce e cítrica, que pode começar doce e terminar ácido, ou assim inversamente... é ter gosto de chocolate meio amargo.
Às vezes é como quando se ganhar um embrulho pequeno, se abre o laço de fita vagarosamente para não estragar o que há dentro e também não se estragar a surpresa.
Amar é imaginar uma história sem fim, é reescrevê-la diariamente, é um dia ser herói e no outro vilão. É se lembrar de músicas a cada toque das mãos que só se sabe de onde vem pelo perfume que se torna parte da pessoa amada.
O amor é querer ouvir bom dia, boa noite todos os dias, quanto não é possível é não querer soltas as mãos na hora do adeus.
Amar é banho quente depois de chuva, é cama quente quando se tem sono, é véspera de noite de Natal, é sonho de criança em corpo de gente grande, é poder gostar não se sabendo o porquê.
Amor são pés descalços na grama, é gosto de manteiga no pão quente, é cheiro de chuva chegando, é garoa fina, é sentir falta de chão, são sensações que se misturam, e ainda melhor não se necessita estar de olhos aberto para senti-lo.


Glauber Pereira
01/10/09